Blog
Nossas últimas novidadesDesenvolvimento de Apps: Scrum, sem Scrum Master
Muitas pessoas que trabalham com metodologia ágil se perguntam se um time pode funcionar bem dentro do Scrum sem necessitar de um Scrum Master. Afinal, essa é uma posição difícil de ser preenchida, apesar de ser bem badalada.
O Scrum Master é, basicamente, o treinador de uma equipe ágil, alinhando e organizando todas as etapas de um projeto.
Dentre as muitas responsabilidades de um Scrum Master estão:
- ensinar novos integrantes as “regras do jogo”;
- prestar mentoria ao time;
- emover os principais impedimentos que levam o projeto a sofrer atrasos e gargalos técnicos.
Além disso, essa figura atua como um verdadeiro líder do time, protegendo a equipe de influências externas e cuidando para que todos fiquem sempre focados ao objetivo final. É o Scrum Master quem vai assumir as responsabilidades e os riscos em nome de sua equipe.
Com tantos papéis fazendo com que ele fique em evidência, tomando conta da organização, treinando os princípios e práticas da metodologia ágil a quem quer que chegue para complementar o processo, fica a pergunta:
Tem como fazer Scrum sem Scrum Master?
Na verdade, tem sim. Ou, pelo menos, deveria ter.
Um time focado em metodologia ágil deve ser capaz de se auto estruturar e administrar, visto que as etapas dentro de um processo de Scrum são complementares e necessitam do foco de várias pessoas.
Assim, sempre que um time ágil encontrasse dúvidas dentro do projeto, poderia discutir soluções entre as pessoas de etapas complementares, fazendo com que a engrenagem funcionasse por si só.
Funciona mais ou menos assim: se a pessoa C detecta um problema na sua etapa, pode tentar dissolver o obstáculo com a pessoa B, responsável por entregar a etapa, ou com a D, que vai pegá-la a seguir.
Contudo, um time completamente novo na metodologia não deveria tentar seguir com o processo sem um Scrum Master. Apenas ler um livro sobre o tema não vai fazer com que ninguém se torne especialista, e construir perfeitamente o processo leva tempo.
Os times precisam seguir regras e cerimônias que necessitam ser lideradas por alguém que entende do riscado, já que algo mais solto pode permitir a quebra de muitas regras. E, desfigurada, uma metodologia ágil pode não ser nada ágil, afinal.
A técnica Su-Ha-Ri
Su-Ha-Ri é um termo técnico cunhado por Akito e Alistair Cockburn que prevê como os princípios da metodologia Scrum deveria funcionar na prática.
Com esse nome, “Su” seria o estágio inicial, onde você ainda não conhece muito sobre a técnica e precisa de treinamento intensivo para aprender o que é, como funciona e quais são os benefícios do Scrum. Para os estudiosos, só após esse treinamento um Scrum Master pode dizer que está apto a liderar um projeto.
Para que esse primeiro passo dê certo, é preciso se ater às regras e não basear as decisões em achismo. Também não há espaço, no Scrum, para a modificação de regras segundo a conveniência de cada um. Isso não só destrói o processo como também pode traumatizar os membros da equipe, que nunca conseguirão se engajar na proposta da metodologia ágil após uma experiência desastrosa.
“Ha” já é o momento em que você aprende a se tornar um Scrum Master baseado em outras lideranças, transformando tudo aquilo que você agora conhece em prática de jogo.
E “Ri” é onde você está tão habituado ao Scrum que pode, finalmente, tentar quebrar as regras sem causar desastres ou tumultos por conta disso. Uma das regras, inclusive, é abrir mão do Scrum Master durante o processo, confiando 100% na equipe para entregar projetos de qualidade dentro do prazo.
O resumo é que dá, sim, para ter Scrum sem Scrum Master, desde que não seja na primeira vez que você esteja tentando implementar o método. Deixe que a equipe se ambiente com a figura do líder e entenda perfeitamente as regras antes de tirá-lo do jogo.
Afinal, mesmo que não exista mais o papel de Scrum Master dentro da sua equipe, isso não quer dizer que, ao se auto organizar, o time não possa – ou não vá – escolher um líder por conta própria. E se essa for a saída, melhor que todo mundo esteja preparado para assumir, mesmo que indiretamente, esse papel.